Mais que companheiros de estrada, José Fernando Moleda e Pancho compartilham uma amizade de duas rodas, quatro patas e milhares de quilômetros — uma história de amor sobre rodas entre um homem e seu cão, que já cruzou fronteiras e conquistou corações por onde a.
Pancho é um cachorro da raça West Highlander White Terrier, de 14 anos, que desde os sete anda de moto. No início, os eios eram improvisados com um canguru preso ao corpo do piloto, mas logo evoluiu para uma almofada e um cinto de segurança.
“Eu peguei três almofadas aqui de casa, amarrei no ponto da moto, coloquei o colete do Pancho, adaptei um cinto nele, que ava por trás de mim, e deu certo. A partir dali eu fui desenvolvendo a almofada e hoje a almofada dele conta com quatro presilhas no próprio tanque da moto”, explicou Moleda, que tem 68 anos de idade e pilota há mais de 50 como motociclista.

Outros equipamentos que não podem faltar são o boné e os óculos. Estilo combinando entre piloto e ‘doguinho’ deixa o eio ainda mais charmoso para quem vê os dois pelas ruas. No início o que era uma adaptação, hoje, virou coleção.
“Peguei um boné, transformei em capacete e adaptei um óculos. Hoje o Pancho tem uma coleção. Ele tem um óculos branco, um amarelo, um óculos asa delta, outro espelhado e tem até um óculos degradê para ele andar entre o lusco fusco à tarde e à noite”, explicou o tutor que é consultor de segurança do trabalho há 44 anos.
Cachorro motoqueiro faz sucesso em praças e posto de combustível em Curitiba
A dupla eia por Curitiba sem a moto também. A tutora com quem Pancho mora é Giselle Alberge Becker, namorada de Moleda. Quando ela viaja para fora do país para visitar os netos, o cachorro a a temporada na casa do companheiro de moto. Além dos eios sobre duas rodas, os dois também caminham para encontrar os amigos caninos.
“Aos sábados, chova ou faça sol, tem horário marcado na Boca Maldita. Na praça Espanha ele tem seus amigos de quatro patas: Café, Caramelo, Tequila, etc. E sempre com seu colete de motoqueiro ele faz seu eio de meia hora ou hora inteira eando por todas as árvores e postes, pelas ruas do Centro, Rebouças, Água Verde, Bom Retiro e São Lourenço e por onde a são inúmeras fotos”, conta Moleda.
Os eios de moto pela cidade têm dia marcado e se engana quem acha que Pancho fica só em cima do veículo. Toda quarta-feira eles participam do Quarta Fire, um grupo de moto que se reúne em um posto de combustível no Centro Cívico. Mas o eio só acontece depois do lanchinho do mascote.
“Até hoje a primeira coisa que ele faz é ir na lanchonete porque ele ganha um pão de queijo e eles não me cobram o pão de queijo. As meninas do posto pegam um pão de queijo, cortam em pedacinhos e ele come na mão delas, então ele fica lá na lanchonete”.
Milhares de kms na bagagem canina
Pela estrada foram milhares de quilômetros percorridos. A dupla já percorreu rodovias do Paraná de ponta a ponta, mas também já fez viagens internacionais, pelo Paraguai e Argentina. Mas é em Santa Catarina que os companheiros eiam aos finais de semana.
“Demoro sempre um pouco mais para chegar porque eu a cada 120, 130 quilômetros dou uma parada para ele dar uma descansada, esticar as pernas, brincar. Ele come alguma coisinha, toma água e continuamos”.
As viagens para fora do país sempre são feitas com a documentação e vacinação do Pancho em dia. Aos 14 anos Pancho esbanja a tranquilidade da maturidade canina, só tem uma coisa que deixa ele inquieto: os famosos bonecos de posto.
“Ele nunca quis se jogar da moto, única coisa que ele não gosta são aqueles bonecos de posto que ficam mexendo o braço. Aí ele late. Se não, nunca faz isso quando ele vê outros cachorros no carro ou na mão ele vai cheirar vai brincar mas ele é muito tranquilo”.
Um novo cachorro motoqueiro?
Com tanta experiência, Pancho começa a compartilhar o lugar com os mais novos. O Biscoito, um Shih Tzu de 4 anos, começa a dar as primeiras rodadas de moto com os equipamentos do mais velho.
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